Venci a pólio e a vacina foi importante para eu não ficar com sequelas graves

Saúde

“A vacina foi muito importante, porque, mesmo tendo nascido com poliomielite, possibilitou que eu, apesar das minhas limitações, chegasse aos 46 anos tendo uma vida normal”. O relato é do aposentado Waldinei dos Santos, que teve o diagnóstico positivo para a pólio com apenas 1 ano de idade. O imunizante permitiu que ele não tivesse graves sequelas, apesar da doença e, neste Dia Mundial de Combate à Poliomielite, celebrado nesta segunda-feira (24), a baixa cobertura vacinal vem preocupando as autoridades, pois favorece a reintrodução da doença, 32 anos após o último registro de circulação do vírus no Brasil.

Na década de 70, quando Waldinei nasceu, o país vivia um surto da doença, sendo comum a criança vir ao mundo com poliomielite. Graças às doses que tomou, quando ainda era um bebê, o aposentado pode fazer as cirurgias que o possibilitaram andar, mesmo com dificuldades. Ele conta que a vacina salvou a sua vida, pois muitos daqueles que contraíram a doença nos anos 70 e não foram imunizados, morreram ou ficaram com sequelas permanentes.

“A minha rotina, dentro das minhas limitações, é normal. Eu faço minha própria comida, arrumo casa e jogo basquete de cadeiras de rodas. Não deixo de fazer nada e tudo isso eu devo à vacina, porque se não fosse por ela eu não estaria aqui hoje podendo compartilhar minha experiência de vida. Eu venci a pólio”, pontuou o aposentado.

Desde 2013, Waldinei joga como pivô no time de basquetebol em cadeiras de rodas pela ONG Esporte Sem Fronteiras, que conta com patrocínio da Prefeitura de Campos por meio da Fundação Municipal de Esportes (FME).

IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO

Em Campos, o último levantamento aponta que a cobertura acumulada de janeiro a outubro de 2022 é de 48,63%. Já a dose extra da Campanha Nacional contra a Poliomielite, que teve início no dia 8 de agosto, teve cobertura apenas de 30,83%. Devido a baixa procura, a Prefeitura prorrogou a vacinação contra a pólio até o dia 31 de outubro. Na oportunidade também será atualizada a caderneta de vacinação com outros imunizantes que compõem o calendário básico de rotina, ou seja, a Multivacinação.

Além disso, o poder público lançou a campanha “Vacinar e Proteger”, que tem como lema: “Não deixe a Pólio paralisar o sonho das nossas crianças”, durante a 35ª Reunião do Gabinete de Crise e Combate à Covid-19 e Outras Doenças Emergentes e Reemergentes, na última segunda-feira (17). A mobilização tem como principal objetivo conscientizar e mobilizar os pais e responsáveis para proteger os pequenos contra a doença.

O secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano, faz um alerta para que pais e responsáveis procurem os postos de vacinação para imunizar as crianças menores de cinco anos contra a Poliomielite.

“Quando nós falamos que estamos avançando com as doenças emergentes e reemergentes, a pólio é uma delas. Então, eu chamo a atenção e faço um apelo aos pais, levem suas crianças abaixo de cinco anos para que façam a vacinação contra a Poliomielite, para que a gente possa manter nossos pequenos protegidos e não levá-los a uma vida de sacrifícios, que pode ser evitada com a imunização”, ressaltou.

Há duas vacinas contra a Poliomielite disponíveis no calendário de vacinação: a VPO (vacina pólio oral) também conhecida por ser a vacina da gotinha e a VIP (vacina inativada pólio), administrada por via intramuscular.

“Houve uma queda muito significativa da cobertura vacinal, colocando em risco, hoje, toda a nossa população pela baixa proteção e falta de imunização. Se o vírus chegar, muitas crianças terão Poliomielite”, alerta o secretário.

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