Casos de dengue aumentam mais de 500% em Campos, no comparativo com 2021

Saúde

Os casos de dengue aumentaram 552% entre janeiro e setembro deste ano, em Campos, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). De janeiro a setembro de 2022 foram confirmados 181 casos de dengue, quatro de chikungunya e dois de zika vírus. Já no mesmo período de 2021, foram 29 de dengue, 97 de chikungunya e dois de zika vírus. “Logo, observa-se que houve um aumento para dengue e redução dos casos de Chikungunya. Até a última sexta-feira (21), não havia casos confirmados do mês de outubro deste ano”, analisa o órgão.

De acordo com o especialista no assunto, o médico Luiz José de Souza, uma subdivisão do sorotipo dois, isolada recentemente, tem se disseminado por países da América do Sul e chegou ao Brasil por estados do Centro-Oeste. Pesquisador da doença, desde a inauguração do extinto Centro de Referência do Centro de Referência e Diagnóstico da Dengue e Doenças infectocontagiosas (CRDi), reaberto no ano passado, como Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid – Dr. Jayme Tinoco Netto (veja aqui), o médico disse que a expectativa é de aumento no número de casos da doença, com a proximidade da temporada chuvosa do ano.

Luiz José de Souza, que é diretor do Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid – Dr. Jayme Tinoco Netto, reinaugurado em abril deste ano, com o fechamento da unidade, em 2020, em pleno enfrentamento à pandemia de Covid-19, disse que os trabalhos de pesquisa sofreram um hiato e estão sendo retomados.

“Nós tivemos muitas perdas. Tivemos um convite de um amigo, um patologista da Fiocruz, que estava estudando as placentas de grávidas com Covid-19 e faleceu da doença. Depois, fechou o órgão. Isso atrapalhou muito a nossa pesquisa, mas agora, com a abertura, nós já estamos retomando os trabalhos, em parceria com a Fiocruz novamente”, explicou.

O médico disse, ainda, que a dengue tem quatro sorotipos que já circularam amplamente no país. Desta vez, há uma inserção de uma subdivisão do sorotipo dois, que é bastante agressivo. No entanto, essa versão é mais branda.

“É um subtipo que foi diagnosticado no Peru. Agora apareceram alguns casos na região Centro-Oeste, em Goiás e Campo Grande”, disse Luiz José, acrescentando que o subtipo foi isolado e recebeu a nomenclatura de genótipo 3.

Luiz José ressalta também que, assim como disse a nota da prefeitura, não houve novos registros da doença em outubro, mas o aumento nos números é possível. “Eu acho que a partir de novembro vai voltar a aumentar, porque agora está calor e está chovendo”, alerta.

O médico lembra que os sintomas são: dor em cima dos olhos, febre, possibilidade de diarréia, dores articulares e manchas avermelhadas na pele. Quem estiver com suspeita da doença deve evitar o uso de paracetamol e buscar atendimento médico da Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.

O Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid Dr. Jayme Tinoco Netto fica na Avenida José Alves de Azevedo (Beira-valão), anexo ao Hospital dos Plantadores de Cana (HPC).

Ações de combate e prevenção

A subcoordenação do Programa de Controle de Vetores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), realizou na tarde desta quarta-feira (26), na sede do órgão, uma reunião para traçar as ações de enfrentamento de combate ao Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya). Na oportunidade, foram definidos os mutirões pós-LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti), que apontou médio risco para surto de doenças transmitidas pelo mosquito, em Campos.

Para o diretor do CCZ, Carlos Morales, mesmo em médio risco, o resultado é positivo, já que os últimos resultados têm apresentado queda.

“Os índices estão crescendo muito em todo o Estado, em todos os municípios. Em Campos, estamos com o mesmo patamar do LIRAa, o último Lira do ano, que deu 2.8. Então, estamos em médio risco. O preconizado pelo Ministério da Saúde, é 1%. Estamos acima do preconizado, mas já tivemos praticamente quase 6. Agora estamos diminuindo. Ao mesmo tempo, estamos no período mais perigoso, de chuva e sol. Hoje nós fizemos uma grande reunião com todos os nossos técnicos e também os agentes de endemias. Todas as nossas ações vão ser preventivas daqui para frente”, disse.

Carlos Morales atentou ainda para a responsabilidade de cada um com suas próprias casas, vigiando os locais propícios para proliferação do mosquito.

“O LIRAa também aponta que 80% da proliferação do mosquito está dentro das residências. A população que tem que limpar seu quintal, que tem que olhar todo dia, não só o pneu, que se fala muito, mas o pratinho da planta, o dreno do ar-condicionado. Tem que inspecionar o quintal à procura dos possíveis focos”, lembra Morales.

CONFIRA OS BAIRROS QUE RECEBERÃO AS AÇÕES DE MUTIRÃO

04/11 – Dr. Beda (concentração na Rua Nossa Senhora do Carmo) – Liga Católica;

11/11 – Goitacazes (concentração na Praça São Gonçalo);

18/11 – Donana (concentração Colégio Estadual Desembargador);

25/11 – São José (concentração Hospital São José);

02/12 – Parque Sumaré e Parque São Salvador (concentração Praça Cemitério do Caju);

09/12 – João Maria (concentração Rua Sílvio Fontoura) – UBV.

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