Bruno Dauaire: a caminho do terceiro mandato

Política

O deputado estadual Bruno Dauaire (União Brasil) completará 38 anos em 20 de fevereiro de 2023. Ele estará em seu terceiro mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Nascido em Niterói, ele é advogado e pós-graduado em Administração Pública. Há décadas, o sobrenome da família é relacionado à política em São João da Barra e Campos dos Goytacazes. Depois de disputar três eleições consecutivas e vencer todas, um novo desafio surge a partir do ano que vem, segundo o parlamentar.

Bruno Dauaire conquistou no último pleito a confiança de 68.455 eleitores. Segundo ele, foi um reconhecimento da população pelo trabalho desenvolvido também no Executivo, quando foi secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Nesta entrevista, o deputado estadual fala sobre influências familiares, projetos para a Alerj, especulações sobre disputar a prefeitura de São João da Barra futuramente, além das eleições polarizadas e tensas para presidente do Brasil.

O sobrenome Dauaire é conhecido há décadas no meio político da região. Isto ajuda ou atrapalha em uma disputa eleitoral?
São 70 anos emprestando o nome da família Dauaire para a vida pública, em benefício da nossa região. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história, que começou com o meu avô, o ex-deputado Alberto Dauaire, teve prosseguimento com meu pai, o ex-prefeito de São João da Barra, Betinho Dauaire, e que, comigo, chega à sua terceira geração. São décadas de trabalho, com um legado de lutas, 16 mandatos consecutivos e três passagens por secretarias de Estado. O sobrenome Dauaire sempre abriu portas.

O senhor se considera um político de direita, progressista ou de centro?
Não consigo me conceituar em um rótulo único porque defendo diversas bandeiras e pautas que se confundem no imaginário como de direita, centro ou progressista. Por exemplo: implantei o maior programa de transferência de renda da história do Rio de Janeiro, com crédito ao pequeno empresário, reabri restaurantes populares, fiz a Casa de Direito da Mulher Daniella Perez, levo a bandeira dos que sofrem de doenças raras. Enfim, são muitas dezenas de pautas que defendo que não têm fronteiras. A prova disso é que recebo o reconhecimento de eleitores dos diversos perfis.

Qual a importância de um partido político para um candidato?
Para um candidato, ter um partido composto de integrantes com grande representatividade e consistência eleitoral, para que tenha uma legenda alta. E para o mandato, é um porto seguro para que as bandeiras que defendemos pela população tenham força política e sejam potencializadas através da legenda. Quando um partido é forte, facilita a atuação do parlamentar.

Há algum político que admira ou que inspira em sua carreira?
Meu avô Alberto Dauaire é a origem de tudo para mim. Até hoje, quando estou nas ruas, escuto alguém contar algo positivo sobre ele. Meu pai é um líder inspirador com uma experiência que me ajuda. Mas fora da família, não posso deixar de citar esse talentoso jovem, uma máquina política que é o Wladimir Garotinho.

O senhor atuou no Executivo como secretário de Estado. Há possibilidade de voltar ao governo ou pretende cumprir teu novo mandato exclusivamente na Alerj?
Quem escolhe secretário é o governador e quem escolhe deputado é o povo. Tenho muito orgulho de ter ocupado a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. O governador Cláudio Castro (PL) me deu condições de fazer um trabalho produtivo e de muito resultados, com várias entregas. Estarei sempre à disposição para contribuir. O meu lugar será sempre onde eu possa exercer melhor o meu ofício de homem público.

Cogitaria se candidatar à Prefeitura de São João da Barra ou de Campos futuramente?
Acabei de sair das urnas com uma votação histórica que me foi dada pela população. Foram quase 70 mil votos, recorde em Campos, onde recebi o apoio do meu amigo e irmão Wladimir Garotinho. Também tive ao meu lado o grupo do saudoso deputado João Peixoto e de diversas lideranças.

Fizemos só em Campos mais de 47 mil votos e ganhamos em todas as zonas eleitorais. Fora de Campos, foram mais de 21 mil votos. Fui o segundo mais votado em São João da Barra. Seria uma realização ocupar o Executivo Municipal, mas tudo tem o seu tempo. O meu, agora, no início do próximo mandato, é retribuir com trabalho os votos que recebi desses municípios. Sobre eleição municipal, vamos deixar um pouco mais para frente. Entretanto, a possibilidade de disputar a Prefeitura de São João da Barra está, sim, no meu radar.

Como avalia a conquista da reeleição para a Alerj?
A minha votação foi um reconhecimento da população pelo trabalho que realizei tanto no Executivo, quando fui secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, como enquanto parlamentar. Fizemos uma campanha prestando contas nos bairros e municípios e ela foi bem entendida no estado inteiro. Apresentamos nossas propostas, mas também mostramos que fizemos muito pela população.

O que considera por parte do eleitor decidir por sua candidatura?
O eleitor está muito mais atento e não se deixa enganar. Com acesso à internet, existe uma facilidade maior de fiscalizar os deputados e conferir se o que os candidatos falam é verdade. Acredito que essa enorme votação, principalmente em Campos, onde recebi 47.542 votos e me tornei o deputado estadual mais votado da história do município, seja um reconhecimento da população ao trabalho em parceria comigo, do meu irmão, amigo e prefeito Wladimir Garotinho e do governador Cláudio Castro. Sem esquecer de diversas outras cidades onde também ficamos bem colocados. Em São João da Barra, fui o segundo mais votado.

Mostramos nesses últimos anos que é possível fazer a política do bem, a favor da população e sem picuinhas. Temos serviços prestados. Essa parceria é responsável, por exemplo, pela reabertura do Restaurante Popular, da reforma do HGG, do Bairro Legal do Parque Saraiva, do início do Café do Trabalhador e muito mais, além de diversos equipamentos importantes em outros municípios. As urnas não mentem.

Quais suas expectativas para o novo mandato?
Nossas expectativas são as melhores possíveis. Da mesma forma como a população reconheceu nosso trabalho na última eleição, ela quer que façamos mais. Ainda com 37 anos, sou um dos deputados estaduais mais novos da Alerj, mas chego com experiência para o terceiro mandato. A exigência vai ser maior, mas estou preparado para continuar representando o nosso interior e brigar por mais investimentos na região. A votação que tive me dá mais força política e representatividade.

Quais são os projetos que levará para a Alerj em favor dos fluminenses, sobretudo os da região de seu domicílio eleitoral?
Costumo dizer que não há desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro sem o desenvolvimento do interior. Grande parte do PIB fluminense passa por aqui, com a produção de petróleo e gás natural. Porém, nos acostumamos a ver a esmagadora concentração de investimentos do Governo do Estado apenas na capital e na Região Metropolitana. Esse panorama mudou nos últimos anos com o governador Cláudio Castro. Ele entende a importância e as necessidades do interior e está colocando em prática o maior pacote de obras e investimentos da história do Rio. Temos que aproveitar esse momento. Vamos continuar lutando pelo desenvolvimento regional.

Precisamos pensar nos jovens em todos os aspectos. Vamos continuar trabalhando para ampliar as oportunidades de qualificação e de emprego, também pensando na melhoria da infraestrutura. Isso tudo sem esquecer das questões sociais que são fundamentais. Também não há desenvolvimento pleno enquanto as pessoas passam fome ou são vítimas de violência. Por isso, vamos trabalhar por mais um Restaurante Popular em Guarus, pela ampliação dos programas de defesa da mulher para todo o estado e para interiorizar mais equipamentos que melhorem a vida da população.

O Brasil elege um presidente neste dia 30. Independentemente de quem vença, sabemos que o país está dividido. O que fazer para reunir os brasileiros após as eleições e a partir do ano que vem?
O Brasil vai dividido para as urnas. Acredito eu que a necessidade de gerar empregos, movimentar a economia, manter a inflação caindo, como aconteceu nos últimos três meses, promover o reajuste real do salário mínimo, são ações que vão unir a população. A disputa ficará para trás, o povo vai se unir nessas bandeiras e caberá ao eleito entender a voz das ruas. O povo quer apenas que seus representantes trabalhem sério para melhorar a vida deles.

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