A criação pela Prefeitura de uma força-tarefa para se evitar uma epidemia de dengue no município precisa da colaboração da população, que deve ficar atenta aos lugares que podem se tornar criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O alerta é do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o subcoordenador do CCZ, Silvio Pinheiro, os criadouros podem ser encontrados em locais comuns, fora de casa e também dentro dela.
Ele disse que os bebedouros dos animais e os pneus velhos estão entre os objetos que mais produzem larvas. “A água dos bebedouros deve ser trocada uma vez por semana, após os mesmos serem lavados com escova. Já os pneus devem ser mantidos em locais cobertos, protegidos da chuva”, afirmou Silvio, ressaltando ainda que encher os pratinhos de planta com areia até a borda não é a medida mais adequada.
“Como a planta precisa de água, a areia ficará molhada e, uma vez compactada, poderá não mais absorver o líquido e ali surgir um foco. O ideal é colocar espuma em volta do pratinho para absorção dessa água”, acrescentou ele, citando ainda os ralinhos do banheiro, cozinha e da garagem dos prédios, que devem ser cobertos com tela. “A água sanitária é outra aliada no combate ao mosquito, mas, para sua eficácia, é preciso colocá-la nos ralos a cada dois dias, pois a mesma evapora”.
As bandejas do ar condicionado e da geladeira, além do poço dos elevadores de obras e dos prédios, também merecem atenção especial. “As bandejas precisam ser escovadas semanalmente. Como o Aedes gosta de recipiente artificial, a fêmea coloca os ovos na parede do recipiente e, se o mesmo estiver com água, os ovos eclodem em 10 minutos. Já a água acumulada no poço dos elevadores favorece a proliferação do mosquito”, explicou Silvio, orientando as pessoas a ficarem atentas às caixas dágua. “Uma caixa dágua mal vedada é mais perigosa do que uma sem tampa”, disse.
Outros cuidados são colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira bem fechada; não jogar lixo em terrenos baldios; guardar garrafas de vidro ou plástico com a boca para baixo; não deixar a água de chuva acumular sobre a laje e calhas entupidas; limpar as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água, e manter as piscinas limpas e cloradas.
A cada 15 dias, de acordo com Silvio, os Agentes de Combate às Endemias do CCZ visitam as borracharias e os ferros-velhos do município, além dos hospitais e unidades de saúde, a fim de eliminar possíveis focos do mosquito. Entre os meses de novembro e dezembro de 2022, os agentes eliminaram 4 mil focos durante as visitas domiciliares realizadas nos mutirões. Os focos, de acordo com Silvio, são encaminhados ao laboratório entomológico do CCZ a fim de identificar se a espécie encontrada é mesmo a do Aedes aegypti, pois existem várias espécies de Aedes.