Carla Machado defende mais apoio psicossocial nas escolas do Estado do Rio

Política

Deputada anunciou audiência pública da Comissão da Criança, Adolescente e Idoso da Alerj, dia 10 de maio, para discutir políticas públicas voltadas à segurança nas escola

Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a deputada Carla Machado (PT) se posicionou sobre as recentes ameaças de invasão em escolas, após o massacre numa creche de Blumenau (SC), que deixou quatro crianças mortas e cinco feridas. Ela defendeu mais proteção e apoio socioemocional às crianças e adolescentes que estudam em escolas públicas e privadas no Estado do Rio de Janeiro. E informou que, a seu pedido, a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso, da qual ela é membro, promoverá no dia 10 de maio, na Alerj, uma audiência para discutir as políticas públicas oltadas à segurança nas escolas.

“As crianças precisam ser amparadas na escola, ter uma educação que liberte, com princípios da filosofia, que é a arte de viver, respeitar o outro (…)”, disse a deputada. Segundo ela, é preciso entender as dificuldades de socialização dessas crianças. “A gente não sabe de onde elas vêm, o lar em que vivem, de qual ambiente familiar participam, se são agredidas física ou emocionalmente. Muitas vezes elas chegam à escola e não tem um profissional preparado”.

Segundo a parlamentar, o atendimento psicossocial no estado não é suficiente para ajudar a “reverter o quadro de revolta, de agressividade” verificado entre muitas crianças, adolescentes e jovens. A deputada cobrou mais investimento na rede psicossocial presente nos municípios e cofinanciada pelos governos estadual e federal. “Nos CAPS (centros de apoio psicossocial) dos municípios há uma demanda muito maior do que a capacidade de atender. Por isso é importante a escola fazer esse acompanhamento”, justificou.

Carla também lembrou que, após o massacre de Blumenau, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou R$ 150 milhões para a ronda escolar e criou um grupo de trabalho para combater a violência nas escolas de todo o país. Mas todas as medidas adotadas, segundo ela, não serão suficientes na esfera pública se não houver também um comprometimento de toda a sociedade em combater as causas do problema.

Diante das recentes ameaças de novos atentados em escolas, publicadas em redes sociais, a parlamentar também criticou o uso indevido da internet. “As redes sociais viraram ‘terra sem dono’. Realmente tem que ter controle das postagens, mas não só para saber números das agressões, de fake news”, comentou.

Segundo ela, há também nas redes “depoimentos teatrais porque ninguém não vai para rede social demonstrar sua tristeza, aflição e ansiedade”. A deputada destacou que a ansiedade vem aumentando muito – o Brasil é apontado como o sexto país mais ansioso do mundo.
“A síndrome foi agravada após a covid-19, quando as pessoas se sentiram indefesas contra um inimigo invisível. Mas mais perigoso que a Covid-19 é o vírus que se alastra na agressividade. Não é com agressividade e briga que resolve. É ir na raiz do problema, uma educação que liberte, com acompanhamento psicossocial”, destacou.

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