Com a chegada do inverno a partir de hoje (quarta-feira-21), os cuidados com a saúde, em especial com o coração, precisam ser redobrados. Isso porque, segundo o cardiologista intervencionista, Celmo Ferreira de Souza Junior, existe o risco de complicações cardiovasculares devido às baixas temperaturas.
“De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia, durante os meses de junho e setembro há um aumento de até 30% no número de infartos, arritmias e Acidente Vascular Cerebral (AVC). A cada redução de 10 graus Celsius na temperatura, o risco de um ataque cardíaco aumenta em 7%”, explicou o médico, que integra a equipe do SOS Coração: Nossa missão é cuidar das pessoas. Lançado em 28 de fevereiro deste ano pela Prefeitura, em parceria com o Governo do Estado, o SOS Coração tem como objetivo a redução de 50% dos óbitos em pacientes vítimas de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
O cardiologista disse, ainda, que o risco de um ataque cardíaco nos dias mais frios do ano ocorre devido ao aumento da pressão sanguínea e a vasoconstrição, processo que diminui o diâmetro das artérias como uma resposta do organismo em conservar calor.
“O frio ativa os receptores nervosos da pele desencadeando a liberação de adrenalina que leva a contração dos vasos sanguíneos que, mesmo pequena, pode provocar rupturas de placas de gordura localizadas em artérias que irrigam o coração e o cérebro, ocasionando a oclusão dos vasos sanguíneos por coágulos e, consequentemente, ao IAM e ao AVC”, explicou.
Por este motivo, segundo Celmo, as pessoas, em especial as que são portadoras de doença cardiovascular ou que têm histórico familiar, precisam redobrar a atenção nesta época do ano e fazer mudanças simples na rotina. “É importante andar agasalhado, evitar esforços repentinos e exercícios intensos ao ar livre para evitar a hipotermia e danos ao coração”, explicou o cardiologista.
O médico recomenda outros cuidados com o coração durante o inverno, como não ingerir alimentos calóricos e gordurosos para evitar elevação do colesterol e triglicerídeos que aumentam o risco cardiovascular.
“As pessoas devem também praticar atividades físicas regulares e moderadas, sob a supervisão de um profissional, a fim de fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco cardiovascular, além de aferir a pressão arterial periodicamente, devendo procurar um especialista quando ocorrer variação do normal e realizar consultas e exames preventivos com um cardiologista para detectar alterações precoces e iniciar o tratamento específico”, ressaltou Celmo, acrescentando que pacientes portadores de arritmias cardíacas precisam de avaliação periódica com o cardiologista para manter a doença sob controle.