O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), denunciou à Justiça o deputado estadual Renato Machado, pelo homicídio triplamente qualificado do jornalista Robson Giorno, ocorrido no ano de 2019. A denúncia do GAECO/MPRJ foi recebida na terça-feira (24), pela Vara Criminal de Maricá.
Também foram denunciados Rodrigo José Barbosa da Silva, Davi de Souza Esteves, conhecido como subtenente Davi, e Vanessa da Matta Andrade, conhecida como Vanessa Alicate. Na denúncia, o GAECO/MPRJ aponta que Renato Machado e Vanessa atuaram como autores mediatos do crime de homicídio, planejando e encomendando a morte da vítima aos executores Rodrigo e Davi, em Maricá.
De acordo com investigações, Vanessa atuava como fonte do jornalista Robson Giorno – dono do jornal O Maricá –, passando informações para a produção de notícias de grande repercussão. No entanto, após Giorno não cumprir o acordo de dividir o valor recebido por extorsões para evitar a publicação das notícias, Vanessa recorreu à ajuda Rodrigo e Davi. Ambos, a mando de Renato Machado, teriam executado o plano contra Giorno.
Na inicial da ação penal o GAECO/MPRJ ressalta que o crime teria sido motivado por motivo torpe; vingança, em razão de a vítima ter proferido ataques à reputação do parlamentar e de Vanessa da Matta Andrade. Também ressalta que o crime foi cometido de maneira que resultou em perigo comum, já que a vítima foi alvejada em via pública, e praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi “alvejada por diversos disparos de arma de fogo na porta de sua casa, tendo sido sumariamente surpreendida e executada sem que tivesse qualquer possibilidade de reação”.
A pedido do GAECO/MPRJ, o magistrado determinou aos réus a proibição de alterar o endereço sem comunicar ao Juízo; a proibição de manter contato com as testemunhas e informantes do processo; e a proibição de ausentar-se do Rio de Janeiro por mais de 30 dias, sem autorização judicial.
O que dizem os citados
Em nota, a defesa de Renato Machado disse que está confiante no reconhecimento da inocência do deputado.
“Ao longo de 5 anos de investigação, não há nenhum elemento informativo ou evidência que justifique a inclusão do deputado Renato Machado como suspeito da morte do jornalista Robson Giorno. Não há conversa telefônica, troca de mensagem, imagens, absolutamente nada, a despeito de ter havido interceptação telefônica e quebra de sigilo de dados autorizadas pela Justiça”, diz a nota da defesa do deputado.
A Prefeitura de Maricá informou que atua com foco total em transparência e na eficaz aplicação dos recursos públicos. O município disse que as operações da Somar seguem a legislação e atendem a todas as exigências, além de passarem por aprovação dos órgãos de controle.