Na manhã desta sexta-feira (25), militares reformados e pensionistas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ e CBMERJ) realizaram uma manifestação no bairro Turf Club, em Campos, em busca de recomposição salarial e do pagamento integral da Gratificação de Risco de Atividade Militar (GRAM). Este direito, segundo os manifestantes, deve ser garantido a todos os militares do estado, incluindo os inativos e pensionistas.
A manifestação, que ocorreu de forma pacífica em frente a uma emissora de TV local, foi parte de um movimento que se estendeu a várias cidades do Rio de Janeiro, incluindo Itaperuna, São Gonçalo, Niterói, Friburgo e áreas da capital. Os veteranos reclamam que não recebem a recomposição salarial e a gratificação de risco há 36 meses, enquanto outras categorias, como os legislativos e judiciários, seguem recebendo normalmente.
De acordo com relatos dos manifestantes, muitos veteranos e pensionistas estão enfrentando sérias dificuldades financeiras, com alguns vivendo em condições de pobreza. O policial reformado Sub Salles, de 65 anos, expressou a indignação da classe: “Situações como essa geram indignação entre os veteranos, que buscam respostas sobre a divisão da classe entre ativos e inativos, questionando o tratamento desigual que recebem.”
A mobilização em nível estadual é liderada pelo Major Luiz Alberto Meneses da Silva, que destaca a necessidade de respostas do governador sobre a falta de pagamento e a paralisação do processo no Tribunal de Contas do Estado, que está sem avanços desde março. “Estamos aqui para mostrar que precisamos de uma resposta. Se não tivermos uma solução, vamos continuar buscando visibilidade nas mídias e, se necessário, pedir a intervenção da Polícia Federal”, afirmou Edmilson Salles, subtenente e porta-voz da manifestação.
A condição de saúde e financeira de muitos veteranos é alarmante. Sub Salles compartilhou relatos de colegas que, devido à falta de recursos, enfrentaram situações extremas, incluindo suicídios. “Temos um companheiro acamado, de 98 anos, que não recebe nada e precisa de cuidados. Eu gasto cerca de R$1000,00 mensais com medicações e tenho limitações de saúde. Essa é a realidade que enfrentamos”, relatou.
Os manifestantes esperam que o governador ouça seu apelo e inicie discussões sobre a GRAM e a situação financeira da categoria. “Não queremos ficar ricos, só queremos o que é de direito. Quem tem fome tem pressa”, concluiu Sub Salles, ressaltando que, caso não haja providências, as manifestações continuarão até que suas vozes sejam finalmente ouvidas.