Campos dos Goytacazes, RJ – Em meio a uma série de reclamações da população sobre a precariedade na saúde pública, falta de medicamentos, exames represados e serviços essenciais funcionando de forma precária, a Câmara Municipal de Campos se prepara para votar, esta semana, um projeto de lei que está causando revolta e indignação entre os cidadãos.
O Projeto de Lei nº 119/2025, de autoria do Executivo, prevê a criação de três novas secretarias municipais e a abertura de nada menos que 1.593 cargos de livre nomeação — ou seja, cargos comissionados que podem ser preenchidos sem concurso público, a critério do prefeito e, principalmente, com forte influência de interesses políticos.
A proposta, que deve entrar na pauta de votação ainda nesta semana, é vista por muitos como uma tentativa clara de aumentar a máquina pública para acomodar aliados políticos em ano pré-eleitoral, ao invés de atender às reais necessidades da população campista.
“Enquanto faltam médicos nos postos, o governo quer criar mais cargos. É um escárnio com o povo”, disparou um servidor que preferiu não se identificar.
🤒 Crise nos serviços x aumento de cargos
Nas últimas semanas, as redes sociais foram tomadas por denúncias de falta de pediatras, remédios básicos e exames suspensos em unidades de saúde da cidade. Além disso, escolas relatam dificuldades de manutenção e transporte escolar irregular. O que se vê é um cenário de sufocamento dos serviços públicos.
Ainda assim, o governo propõe ampliar a estrutura administrativa, o que pode gerar um impacto significativo na folha de pagamento, aumentando os gastos da prefeitura com pessoal em um momento em que se esperava austeridade e foco nas prioridades básicas da população.
“Falta o básico na saúde e educação, mas sobra apetite político para inchar a máquina pública. A pergunta que fica é: a quem isso realmente interessa?”, questiona uma moradora do Parque Guarus.
⚖️ Onde está o compromisso com o povo?
O projeto reacende o debate sobre o uso dos cargos comissionados como moeda de troca política e o distanciamento entre o governo e as reais demandas das ruas. A expectativa é que a votação seja apertada, mas a pressão popular pode ser decisiva.
Entidades civis, movimentos sociais e parte da oposição na Câmara já se mobilizam contra a proposta, exigindo que os vereadores rejeitem o projeto e cobrem do Executivo mais investimentos em áreas essenciais, como saúde, educação, infraestrutura e assistência social.
“O povo está cansado de ser deixado em segundo plano. Está na hora de escolher: ou se governa para os aliados, ou se governa para o povo”, declarou um representante do movimento popular.
🚨 A votação
A matéria deve ser colocada em votação ainda esta semana, e o resultado mostrará quais vereadores estão alinhados com os interesses da população — e quais preferem atender à velha política da troca de favores.
Enquanto isso, o povo de Campos assiste, mais uma vez, ao teatro da política onde os bastidores falam mais alto do que as vozes da rua.