Campos dos Goytacazes, RJ — O que era para ser apenas mais uma solenidade de inauguração com presença presidencial acabou ganhando contornos políticos que deram o tom do evento desta segunda-feira (15), em Campos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dividiu o palanque com o prefeito Wladimir Garotinho (sem partido), durante a inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense (UFF), e a recepção foi tudo… menos calorosa.
Assim que o nome do prefeito foi anunciado, uma onda de vaias intensas veio da plateia, formada majoritariamente por apoiadores do presidente e representantes de movimentos sociais. O constrangimento foi visível. Mesmo acostumado a lidar com adversidades no campo político, Wladimir manteve a postura e cumpriu o protocolo, mas a tensão no ar era nítida.
Tentando restabelecer a harmonia do evento, Lula interrompeu os discursos protocolares e fez um apelo à civilidade. “As eleições passam, as diferenças políticas ficam nas urnas. O que nos une aqui hoje é a educação, é o futuro do país. Não podemos tratar um evento desse tamanho com divisões. Vamos respeitar todos que estão aqui, inclusive quem pensa diferente de nós”, declarou o presidente.
🎤 Depoimento dos bastidores
Um professor da própria UFF, que preferiu não se identificar, comentou o episódio:
🗣️ “Foi desconfortável, sim. Mas também foi simbólico. Esse encontro de opostos mostra o quanto precisamos amadurecer democraticamente. O prefeito não é bem visto por todos, mas foi eleito pelo povo e é gestor da cidade. O mínimo que se espera é respeito institucional.”
Já uma estudante presente no ato afirmou:
🗣️ “O povo tem direito de se manifestar. A vaia foi um recado claro de que nem tudo está sendo bem conduzido. Mas o presidente soube contornar bem. Mostrou que sabe dialogar com todas as frentes.”
A cena deixou evidente que, em ano pré-eleitoral, nenhum passo dado é neutro. Lula e Wladimir, adversários históricos, dividiram o mesmo palco, mas não exatamente os mesmos aplausos.
Com clima tenso e recados nas entrelinhas, o evento ganhou mais manchetes pela política do que pela educação.
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