Mais uma semana, mais uma viagem. O prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho, cumpriu nesta segunda-feira (28) mais uma série de compromissos em Brasília, reforçando uma prática que, embora revestida de formalidade e boas intenções, não deixa de levantar um velho questionamento entre os campistas: estamos diante de gestão eficiente ou apenas da repetida encenação política?
A pauta da vez girou em torno das BRs 101 e 356 — tema relevante, sem dúvidas, mas apresentado em um tom que muitos já conhecem bem. Reuniões com ministros, acenos de futuras visitas, promessas de investimentos em editais e falas sobre “preocupações com a mobilidade urbana” alimentam o discurso de eficiência. Mas na prática, a realidade nas ruas de Campos segue desafiadora, com trânsito cada vez mais congestionado e pouca intervenção visível.
Enquanto se discute ajustes em editais de concessão e projetos de contornos viários ainda sem data efetiva de início, a sensação que fica é de déjà-vu: a política do anúncio, da fotografia oficial e da agenda em Brasília mais uma vez toma o lugar da solução concreta dos problemas.
O uso de encontros com ministros e a repetição de protocolos em gabinetes federais, especialmente em anos que antecedem movimentações eleitorais, não passa despercebido pelos olhos atentos da população. Afinal, qual é o real objetivo? Acelerar obras para melhorar a vida do cidadão ou alimentar projetos pessoais e garantir capital político para o futuro?
Os campos de Brasília recebem, como sempre, uma enxurrada de promessas. Já os campos de Campos continuam esperando — e o povo, observando.
A resposta para essa velha dúvida, mais uma vez, será escrita não nos discursos, mas no asfalto, nas obras que saem (ou não) do papel e no olhar crítico de quem já cansou de ser apenas plateia nas peças de politicagem que se repetem década após década.
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