Nesta quarta-feira (28), o “SOS Coração: Nossa missão é cuidar das pessoas” comemora seu primeiro ano de implantação. Pioneiro e inovador, o projeto já contabiliza 206 vidas salvas após quadro de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), doença que representa a principal causa de morte dentre as patologias cardiovasculares no país e no mundo. O secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano, destaca que Campos é a única cidade do estado do Rio de Janeiro que conta com esse serviço.
“Estamos comemorando um ano do início do projeto que já salvou 206 pacientes atendidos na nossa rede de Urgência e Emergência e submetidos aos procedimentos na primeira hora do infarto, conseguindo, assim, recanalizar as artérias e, consequentemente, salvar a vida dessas pessoas. Um grande avanço na assistência à nossa população e um privilégio que poucas cidades no país oferecem aos seus munícipes”, ressaltou Hirano.
O subsecretário de Saúde, Marcos Gonçalves, também celebra a data e reforça o impacto positivo que o projeto tem tido no município. “É maravilhoso ver como o ‘SOS Coração’ faz a diferença na vida das pessoas, salvando vidas e servindo como referência para todo o estado. Um exemplo de como a iniciativa da Prefeitura, em parceria com os hospitais contratualizados, com o apoio do Governo do Estado e o trabalho em equipe, pode fazer a diferença na área da saúde, proporcionando atendimento rápido e eficaz para pacientes em momentos críticos. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história”, disse Marcos, que é um dos idealizadores do projeto, juntamente com o cardiologista intervencionista Halim Abdu Neme Makhluf.
O projeto, que é uma expansão da Rede Campos de Saúde Pública, lançada em dezembro de 2021 pelo prefeito Wladimir Garotinho e vice-prefeito, Frederico Paes, tem como principal objetivo oferecer atendimento rápido e eficiente aos pacientes com IAM. Para isso, a intervenção deve ocorrer nas duas primeiras horas após a entrada dos pacientes nas unidades que integram a Rede de Atenção às Urgências e Emergências do município. O atendimento imediato reduz em 50% o índice de óbitos por infarto.
Halim Abdu Neme, que integra a equipe de hemodinâmica na Santa Casa de Misericórdia de Campos, unidade de referência cardiológica do município, juntamente com o Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA), enfatiza a importância vital do projeto para a região, salientando a quantidade de vidas salvas e a orientação fornecida aos profissionais de saúde locais para o tratamento de emergências cardíacas.
O cardiologista intervencionista realça, ainda, que o tratamento oferecido pelo “SOS Coração” está em linha com os padrões de hospitais de alta performance, algo que geralmente só é acessível em grandes centros urbanos ou por meio de serviços privados. Para ele, o fato de esse tipo de tratamento estar disponível no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) é um marco significativo para toda Campos. “Hoje, eu não consigo imaginar como seria a nossa região sem o ‘SOS Coração’. A quantidade de vidas que nós estamos salvando e o tratamento que esses pacientes vêm tendo não perdem em nada para os grandes centros de altíssima performance”.
TEMPO É MÚSCULO — O médico aponta a importância da angioplastia primária, um procedimento crucial para desobstruir uma artéria completamente bloqueada durante um infarto. Utilizando-se da expressão “tempo é músculo”, ele frisa a urgência desse procedimento, ressaltando a necessidade de agir rapidamente para restaurar a oxigenação do músculo cardíaco e salvar vidas. Isso evidencia a relevância de garantir acesso a esse tipo de intervenção para pacientes que sofrem infartos, contribuindo para melhores resultados e recuperação.
“O não tratamento imediato do infarto resulta em complicações e impactos negativos na vida dos pacientes, em que muitos evoluem para insuficiência cardíaca, o que limita suas atividades diárias e impacta sua saúde como um todo. Por isso, é tão importante o acesso a tratamentos eficazes para essa condição. E com esse projeto, com certeza, houve uma redução significativa no número de óbitos relacionados a problemas cardíacos na cidade”, informou.
Além de Halim, a equipe de hemodinâmica é composta pelos especialistas Abdu Neme; Carlos Eduardo Soares; Celmo Ferreira de Sousa Júnior; Jamil da Silva Soares; além de Cléber Glória e Patrícia Rangel, que integram a equipe nos Centros de Terapia Intensiva (CTIs).
VIDAS SALVAS — O motorista de aplicativo Jorge Barboza dos Santos, de 68 anos, conta que passou mal em 13 de outubro do ano passado. Na oportunidade, ele estava em São Francisco de Itabapoana e veio dirigindo até Campos, onde deu entrada no Hospital Geral de Guarus (HGG), sendo posteriormente transferido para a Santa Casa. “Fiz o cateterismo e a angioplastia. Estou tomando os medicamentos e fazendo acompanhamento com cardiologista. Agora, é cuidar para que não aconteça novamente. Sou muito grato, pois se hoje estou vivo é por causa desse projeto”, falou o motorista, que é morador do Parque São José.
Já a comerciária Rosilane da Conceição Gomes de Souza, 58 anos, lembra muito bem do dia 1º de abril de 2023. Ela, que começou com os primeiros sinais do infarto em casa, disse que só deu tempo de ligar para uma amiga e seu filho, antes de perder a consciência. “Sabia que estava enfartando, pois senti muita dor no braço. Minha amiga me socorreu para o Hospital Ferreira Machado e lá tive a primeira parada cardiorrespiratória. Fui reanimada e transferida para a Santa Casa. Fiquei 13 dias em coma e, graças a Deus e a equipe do SOS, saí do hospital sem nenhuma sequela”, disse ela, enfatizando o comprometimento, o carinho e a atenção que recebeu de todos os profissionais do “SOS Coração”.