Foram iniciadas no Casarão Solar dos Airizes, em Martins Lage, na BR 356, as obras de restauração, preservação e conservação do prédio histórico, construído no século XIX e tombado em 1940 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As primeiras ações foram instalação da cobertura de proteção e o escoramento interno do prédio. O canteiro de obras segue sendo montado.
O prefeito Wladimir Garotinho anunciou o início dos trabalhos em suas redes sociais nesta semana. “Preservação do patrimônio histórico, você também vê por aqui. Início das obras para restauração do Solar dos Airizes, às margens da BR 356”, disse o prefeito em sua postagem. No mês passado, foi assinado o contrato com a Bruta Empreendimentos, empresa responsável pela obra.
“A restauração do Solar dos Airizes é uma reivindicação muito antiga da comunidade de historiadores e de amantes da história da nossa cidade. Tem uma determinação judicial, inclusive, bem antiga, determinando que isso seja feito, mas nunca havia sido tomada nenhuma providência. Após finalizada a licitação e assinada a ordem de serviço, foi feito o escoramento e a cobertura do prédio, para evitar que se deteriore mais e para que a restauração seja realizada. Vamos também dar uma destinação depois para aquele prédio, muito provavelmente ele fará parte do projeto Caminhos do Açúcar, que está sendo desenvolvido pelo Consórcio de Municípios, que prevê para o local um Museu da Energia, falando da energia elétrica, sobre álcool, açúcar e petróleo. É mais um motivo de alegria, mais uma notícia boa”, afirmou Wladimir, em março, na ocasião da assinatura do contrato.
O secretário de Obras e Infraestrutura, Fabrício Ribeiro, informa que, com a assinatura da ordem de serviço, a empresa responsável pela obra realizou as primeiras ações, como instalação da cobertura de proteção e o escoramento interno do prédio. “Na semana passada, foi realizada uma reunião com técnicos da secretaria e da empresa responsável para os ajustes necessários. A empresa segue com a montagem do canteiro para a execução efetiva das obras”, disse o secretário.
Historiadores e gestores ligados às áreas da cultura e turismo comemoraram a notícia. “Uma notícia que fortalece cada vez mais a luta pela preservação do nosso rico patrimônio cultural e histórico”, disse a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Fernanda Campos, destacando o trabalho realizado pelo prefeito Wladimir nessa luta.
Para a historiadora e coordenadora do Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, Rafaela Machado, o momento é de emoção. “É difícil não ficar emocionada. Um passo importantíssimo para o Airizes e para todos aqueles que juntos vêm sonhando esses sonhos. O Airizes foi meu primeiro despertar para a história, ainda criança, nas minhas viagens para o Açu”.
A secretária de Turismo, Patrícia Cordeiro, também falou sobre a boa notícia. “Notícia espetacular, resgate histórico, preservação do patrimônio, perpetuação da nossa cultura e, sobretudo, valorização do nosso jeitinho de ser e de contar nossa trajetória”, comemorou a secretária.
Sobre a obra — O contrato com a empresa Bruta Empreendimentos, que prevê investimentos no valor de R$ 2.991.999,95, foi assinado no dia 12 de março, encaminhado para o setor de Contratos para os registros de praxe e, em sequência, para publicação no Diário Oficial. Trata-se de prédio de dois pavimentos, com 45 metros de comprimento, tombado pelo Iphan desde 1940, conforme o registro 177-T-1938, inscrito no Livro de Belas Artes nº 276, de 19 de fevereiro de 1940.
O contrato prevê serviços de escoramento, reconstrução do telhado e demais obras de restauração e preservação do prédio histórico, uma construção colonial do século XIX, que foi sede de fazenda, em cujo porão elevado abrigava senzala que guarda memórias da história do Brasil. Construído pelo comendador Cláudio do Couto e Souza, o solar foi residência de Alberto Ribeiro Lamego, engenheiro e pesquisador que muito contribuiu para desenvolvimento do setor canavieiro em Campos e no Brasil. O Solar dos Airizes é famoso por ter recebido visitas ilustres, como a do Imperador Dom Pedro II, em 1883.