O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou pesquisa, neste mês de maio, com base no Censo Demográfico 2022, cujos dados apontam o índice de pessoas com 15 anos ou mais que não foram alfabetizadas. Na Região Nordeste, por exemplo, a taxa de analfabetismo é o dobro da média nacional, o maior índice em todo país. No município de Campos dos Goytacazes, as notícias são bastante animadoras: 95,06% das pessoas com 15 anos ou mais são alfabetizadas, o que representa um total de 369.258 indivíduos. De acordo com o balanço divulgado, o município reduziu em 30% a taxa de analfabetismo.
O prefeito Wladimir Garotinho comentou sobre o resultado nessa quinta-feira (23). Citando o Censo, ele destacou que a taxa média de analfabetismo no Brasil é de 7% e, em Campos, está em 4,9%, ou seja, abaixo da média nacional.
“Isso nos enche de alegria e mostra que estamos no caminho correto. Sempre digo nos encontros com a equipe da Educação e repito: ‘mais importante do que a velocidade é a direção’. As políticas públicas de educação que estão sendo implementadas têm dado resultado prático para as crianças e adolescentes. Além de Campos reduzir o analfabetismo, estamos com uma média melhor do que a média nacional. Isso é fruto de muito trabalho da nossa equipe da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia. Vamos continuar trabalhando para que a cidade seja referência e seja digna para todos”, afirmou o prefeito.
De acordo com a secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, Tânia Alberto, diversas ações desenvolvidas pela secretaria colaboraram para esse resultado, como o aumento da oferta de vagas na Educação de Jovens e Adultos (EJA), para atender estudantes que não concluíram os estudos na idade certa. Cerca de 3 mil alunos estão sendo atendidos na EJA, que, este ano, passou a contar com três novas unidades inseridas na modalidade: em Santa Cruz, no Parque Tamandaré e em Serrinha, totalizando 24 escolas.
A Seduct vem trabalhando para diminuir as taxas de evasão escolar, cuja ação acontece através de acompanhamento do Programa Bolsa Família, por meio da Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente (Ficai), que tem o objetivo de estabelecer o controle da infrequência e do abandono escolar de crianças e adolescentes. A Ficai é fruto de parceria firmada com o Ministério Público Estadual, os Conselhos Tutelares e a Seduct.
Há, ainda, rodas de conversas com assistentes sociais, busca ativa dos faltosos, ações pedagógicas inovadoras que visam potencializar as aprendizagens e, por consequência, diminuir o desinteresse dos alunos e a evasão. O Projeto de Recuperação da Aprendizagem também ajudou a motivar os alunos para permanecerem estudando apesar da distância imposta na época da pandemia do coronavírus.
“A própria forma de apresentar o conteúdo das séries no Portal do Programa de Aprendizagem Eficiente (PAE), com apostilas bem elaboradas de acordo com a idade, já ajudou o aluno a não se sentir abandonado e consequentemente desistir do estudo naquele período pandêmico, dentre outras medidas”, assegurou Tânia.
Próximo Censo
Para ela, esses índices serão ainda melhores no próximo censo, em virtude de novos investimentos executados. O Projeto Estação Educação, com cinco salas-estúdio, por exemplo, está ajudando a motivar os estudantes e diminuir o desinteresse e a evasão. Foi criado um acervo de materiais didático-digitais interativos e dinâmicos, com cerca de 500 videoaulas dos diversos componentes curriculares, com abordagens metodológicas dialogadas, contextualizadas e problematizadoras, que servem como instrumentos potencializadores das aprendizagens sistematizadas.
Nos últimos anos, foram feitos dezenas de investimentos em tecnologia, inclusão digital, obras, aquisição de laboratórios de ciência, matemática e pedagógico, aquisição de tablets para alunos, de chromebooks para profissionais, novo mobiliário; pagamento de bolsas de estudo de incentivo à pesquisa, economia criativa, ciência, tecnologia e empreendedorismo; construção de nova unidades, renovação da frota de vans e ônibus para atendimento aos estudantes, aquisição de vans para alunos usuários de cadeira de rodas; atualização da matriz curricular, ações importantes na área da educação especial inclusiva, etc.
“Esse balanço do IBGE mostra que temos cumprido com a obrigação de fazer a inclusão dos alunos. Como estamos matriculando os alunos na idade certa e aumentando a oferta de vagas desde a creche até a EJA, a tendência é que, cada vez mais, tenhamos esse índice de alfabetizados mais próximo de 100%. E, com isso, a expectativa é para que o público da EJA seja cada vez menor, uma vez que a distorção idade-série também vai diminuindo”, explicou Tânia.