Os síndicos de Campos passarão a ter um canal de comunicação direta com a Polícia Militar. Essa foi uma das decisões tomadas nessa quarta-feira, 12, em reunião entre representantes do setor condominial e o comando do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Além disso, haverá reuniões periódicas com a Polícia Militar e, ainda, palestras sobre violência doméstica dentro dos residenciais. As ações têm como objetivo mitigar e coibir atos de violência nos condomínios.
A reunião aconteceu 15 dias após o assassinado do subsíndico Vinícius da Silva Azevedo, 34 anos, por um morador do Condomínio Mais Parque Ipê, em Campos dos Goytacazes.
No encontro, um grupo de síndicos, o vice-presidente da Comissão de Direito Condominial da 12ª Subseção da OAB-RJ, Denis Murici, e a representante do Movimento Meu Condomínio, a jornalista Suzy Monteiro puderam assistir uma apresentação com orientação de segurança tanto externa quanto interna.
Os síndicos tiveram oportunidade de falar sobre uma série de situações de violência ocorridas nos condomínios. Eles também puderam tirar dúvidas sobre como proceder em vários momentos e sugerir ações que mitiguem os casos de violência.
Síndico do Mais Parque Ipê, Luan Baritiello estava entre os que participaram da reunião: “No condomínio, estamos tentando nos recuperar porque ficou um trauma grande. Essa reunião é fundamental para nos aproximar da Polícia Militar, falar de nossas demandas e ter estas orientações”, relatou.
Também esteve presente o vice-presidente da Comissão de Direito Condominial da 12ª Subseção da OAB-RJ, o advogado Denis Muruci, que também apresentou relatos de situações ocorridas em condomínios: “Muito importante esta reunião para que os síndicos e nós que atuamos em condomínios pudéssemos entender um pouco mais e saber como agir em vários casos”.
Suzy Monteiro levou ao comandante do Batalhão, tenente-coronel Maurício Arthur Barbosa, um projeto realizado com êxito no Espírito Santo – o Rede Comunidade Segura – que possibilita um contato mais próximo com a PM.
– A morte de Vinicius (subsíndico assassinado por um morador há 15 dias) não pode ter sido em vão e muito menos se repetir. É preciso repensar as relações humanas dentro dos condomínios. Por isso estamos aqui hoje com o projeto Rede Comunidade Segura que funciona, e bem, no Espírito Santo desde 2022 e hoje já atende a mais de dois mil pontos. Lá, os síndicos têm um canal direto com a PM para ocorrências, agilizando o atendimento. Os condomínios também recebem palestras e até treinamento. Só agradecer à PM, na pessoa do comandante Arthur o acolhimento e o espaço aberto para assuntos tão importantes – destaca Suzy.
– A partir da reunião de hoje (quarta-feira) identificamos uma necessidade real destes condomínios. Como primeiro passo, teremos a criação deste grupo de WhatsApp. Também observamos a necessidade de palestras da Patrulha Maria da Penha sobre violência doméstica e vamos implementar. E, por fim, teremos reuniões periódicas com representantes dos condomínios para que novas ações possam ser pensadas – concluiu o comandante.
Fonte : Campos24h