Um trabalho de acolhimento, com viés também de investigação, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos foi a ponte para o retorno de uma mulher, em situação de rua, ao convívio com a família na capital do Espírito Santo. Ela foi encontrada na área central de São João da Barra, sem documentos, e aceitou ser acolhida na Casa de Passagem. Antes, recebeu atendimento médico e, após estar estabilizada, conseguiu revelar seu nome, Elisa Ulick. Foi o essencial para a equipe técnica realizar buscas e descobrir sua origem, fazer contato com a assistência social capixaba e chegar até a mãe da Elisa, Maria Rodrigues Pereira, que buscava informações sobre a filha há cerca de quatro meses. O reencontro aconteceu no mês passado, quando uma equipe saiu de SJB para levar Elisa até o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Vitória, onde a mãe dela já a aguardava.
A equipe técnica do Creas da Sede foi a responsável por atender Elisa e conseguiu informações que levaram a descobrir sua origem. Coordenador da Casa de Passagem, Davi Rangel destaca o respeito ao indivíduo nesse tipo de abordagem. “Essas pessoas devem ser atendidas com dignidade. As nossas abordagens sociais caminham na direção de uma atitude positiva, desvinculada de práticas higienistas e culpabilizadoras. E são realizadas por profissionais capacitados, de forma respeitosa, garantindo que esse trabalho não seja um instrumento de discriminação, mas de apoio”, relatou.
Eram poucas as informações: o nome, Elisa, e que ela chegou ao município a pé. Com o trabalho de investigação foi possível encontrar o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) dela, que foi emitido em Vitória. E a partir daí, descobrir que ela era usuária do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da capital capixaba. Com a troca de dados, a equipe sanjoanense conseguiu contato com Maria Rodrigues. A mãe de Elisa contou que há quatro meses rezava todos os dias para encontrar a filha, que tinha saído de casa para ir ao Caps e não havia mais voltado.
Esse não foi o único vínculo familiar restabelecido pela Assistência Social sanjoanense neste ano. Em janeiro, a equipe atuou para auxiliar um idoso de 71 anos, que estava acamado, a reencontrar os seus familiares. Ele voltou para Aracaju, sua cidade natal. A Casa de Passagem é destinada para acolhimento e proteção de indivíduos afastados do núcleo familiar e a famílias que se encontram em situação de abandono, ameaça ou violação de direitos. O atendimento é feito na Rua Manoel de Souza Braga Neto, n° 61, bairro Água Santa. O telefone é (22) 2741-8380. A unidade tem capacidade para atender 10 pessoas simultaneamente.
Secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Marcelo Roger observa que a demanda pela garantia dos direitos sociais cresceu no país, mas ressalta que há um esforço conjunto no município nos diversos equipamentos de apoio à população. “A crise econômica dos nos últimos anos, além da pandemia, gerou o aumento da pobreza e o agravamento das questões sociais. Muitas pessoas perderam seus empregos e, por consequência, aumentou o número de pessoas vivendo em situação de rua no país. Trabalhamos no acolhimento e ficamos felizes quando conseguimos, junto com toda nossa equipe técnica, possibilitar essa reinserção familiar”, disse o secretário.