Opinião | São João da Barra acolhe quem foi rejeitado em Campos – e o sanjoanense paga a conta?

SJB

A tradicional hospitalidade sanjoanense, conhecida por receber de braços abertos quem chega de fora, tem levantado uma polêmica que circula pelas ruas, padarias e redes sociais: será que estamos abraçando demais e questionando de menos?

Relatos que chegaram ao Jornal O Fiscal do Povo apontam que nomes rejeitados politicamente em Campos dos Goytacazes estão agora se instalando, sorrateiramente, em São João da Barra, com o discurso pronto e o currículo maquiado. São os chamados “paraquedistas da política”, figuras que não encontraram mais espaço no território campista – e agora enxergam no solo sanjoanense um campo fértil para plantar suas novas narrativas.

O problema é que muitos sanjoanenses, sem conhecer o histórico desses personagens, os recebem como salvadores, esquecendo que, em muitos casos, há motivos bem concretos para a rejeição que sofreram em sua terra de origem.

“Ainda bem que esse goela-larga foi expulso de Campos. Cheio de conversa mole. Agora tá aí, se encostando em São João da Barra”, disparou um morador do Parque Guarus, em Campos, ao comentar sobre um dos recém-chegados ao cenário político local.

Outros campistas, de bairros como IPS, Parque Aurora e Jardim Carioca, também enviaram mensagens à redação dizendo que já alertaram parentes sanjoanenses sobre quem são alguns desses “novos aliados” que vêm circulando por gabinetes e festas locais.

Enquanto isso, o sanjoanense legítimo, que carrega no rosto as marcas da luta pela cidade, muitas vezes é deixado de lado. Quem conhece a realidade local, quem tem história com o povo e com os problemas do município, vê o espaço sendo dividido com figuras que só querem projeção e palco.

A crítica não é contra o ato de acolher – é contra o esquecimento dos nossos. É contra o silêncio diante do oportunismo. É contra a repetição da história onde, no fim das contas, quem perde é o povo sanjoanense, mais uma vez usado como escada para projetos alheios.

📢 São João da Barra precisa refletir: estamos abrindo as portas ou entregando as chaves?


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